25/03/2014

As 23a. e 24a. Semanas ou O Primeiro Parto



Após as maravilhosas notícias de que gesto uma filha e de que ela está bem na minha barriga, a 23a. semana foi de alívio. Consegui escrever um pouco a dissertação, relaxar no carnaval, descansar. Ganhei uns presentinhos fofos de uma amiga. Ouvi também alguns comentários machistas, viu. Como algumas pessoas ainda acham que um filho tem mais valor que uma filha, né? Fiquei chocada, mas infelizmente não foi surpresa. Mas nada nada iria tirar minha alegria e serenidade, agora que sei que ela está bem, mexendo, serelepe e saudável!
23a semana foi só alegria, descanso e um pouquinho de estudo!



A 24a semana foi pura emoção. Primeiro quero mencionar que comecei a ver discretamente uma linha nigra, que ainda não está bem pretinha não, mas já começa a aparecer entre o púbis e o umbigo, muito interessante!
Depois é importante mencionar que peguei muito firme na dissertação, a ponto de eu realmente acreditar que vou conseguir terminar - o que eu ainda duvidava, confesso! Me entreguei de corpo e alma, escrevi cerca de 8 horas por dia!
E aí, no final da semana minha última gestante e amiga, que acompanho como doula, entra em trabalho de parto. Foram 47 horas de acompanhamento ininterrupto, muito cansaço, lágrimas, mas ver um parto, com o mínimo de intervenções, é a coisa mais linda desse mundo. Uma mulher guerreira e forte, um marido dedicado e companheiro, uma bebezinha loirinha e bochechuda, super saudável. Foi lindo!
Foi o primeiro parto que vi estando grávida e foi muito emocionante. O primeiro olhar do bebê para a mãe, uma cena que nunca sairá da minha cabeça. Imagino quando for a minha vez!
Mas veio a tona também a realidade. Parir não é fácil. É muito esforço físico, é dor, é desgaste! Num é só um mar de rosas não. Testemunhar isso também foi importante, para que minha escolha não seja romantizada ou baseada naqueles videos da internet que, editados e ao som de uma música linda, fazem o parto natural parecer um passeio.
O que é importante mencionar é: a fisiologia é perfeita. E isso é emocionante de ver. Ver como a cada contração a cabecinha se molda à vagina, vai distendendo a abertura para que não haja laceração do tecido (essa amiga não precisou de nenhum pontinho sequer, mesmo sendo pequenininha e parindo uma menina de 3,5 kg). A saída da cabeça numa contração, a rotação perfeita para que o ombrinho gire e saia de lado. A saída do corpinho. O choro, o bebê ficando rosado, vermelhinho, se oxigenando. A natureza é sábia, nosso corpo é perfeito e ver isso foi muito bonito.
E cansativo! MUITO cansativo. Mas valeu cada minuto das 47 horas que estive ligada nessa experiência.
Neste trabalho de parto, comecei a sentir as contrações de treinamento. Deu até um medo, visto que eu estava bem cansada, me alimentando pouco e dormindo menos ainda. Deu medo de algo fazer mal pra minha filha. Mas conversei com a obstetra que estava acompanhando o parto e ela explicou que a ocitocina fica circulando ali no ambiente, aumentada. Como meu útero está grávido, ele tem receptores e acaba sendo mais sensível à ocitocina do ambiente, que não faz mal algum. Neste dia e nos dias seguintes, em alguns momentos senti a barriga bem dura, uma bola rígida. Pouco depois voltava ao normal. Quem estiver passando por isso, a recomendação é só não ficar passando muito a mão na barriga neste momento (que acaba sendo nosso reflexo, né!), porque o útero ao ser estimulado acaba contraindo mais. Então, nada de preocupação, as contrações de treinamento são boas, são fisiológicas, Braxton-Hicks que as descreveu e as nomeou assim. Não sendo dolorosas ou ritmadas antes da gestação estar a termo, é só relaxar e evitar estimular muito o útero (seja alisando muito a barriga, seja se cansando demais).
Foi o primeiro parto dessa grávida aqui, mas não o último...

3 comentários:

  1. Amiga querida, doula de mão cheia!! Pode ter certeza que se o Anderson e você não estivessem do meu lado, eu não teria conseguido! Vocês foram meu porto seguro!
    E que venha o próximo parto, com vocês ao meu lado! E com participação da Julia também!
    Obrigadaaaaaa!

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  2. Nossa, imagino quantas emoções você não deve ter vivido nesses dias, especialmente pela participação no parto. Tenho mestrado pela UFF e realmente esse período de construção da dissertação é bem complicado e exaustivo. Imagino o cansaço que vc deve estar sentindo e passo a te admirar ainda mais. Parabéns!

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    1. oi Priscila! Obrigada por vir ler e comentar!
      Agradeço os parabéns! Não é moleza terminar uma dissertação, acompanhei minhas amigas e via como era...só não imaginava que na minha vez eu sofreria tanto!!! Mas ufa, acabando!
      Volte sempre, viu.
      um abraço

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