30/01/2014

A 15a Semana ou o Bem-estar



E como previsto pela Médica Obstetra na consulta que contei aqui tudo melhorou!
Nesta semana todos os incômodos passaram...já vinham passando nas últimas 3 semanas, uma coisa de cada vez, mas o bem-estar realmente se fez sentir nesta semana.
Me sentia muito bem disposta ao acordar, exatamente como antes de estar grávida. Nunca senti fome no início do dia, nunca fui louca por café da manhã. Mas sempre me senti muito bem de manhã e assim voltei a me sentir. Devagar, vai aparecendo uma fomezinha e quase todos os dias tenho comido uma maçã ao acordar, só para não ficar com o estômago vazio.
Aquelas enxaquecas doídas que eu vinha sentindo, fortes, pulsantes, principalmente do lado esquerdo da cabeça, praticamente desapareceram. As espinhas estão aqui, mas começaram a diminuir, ficando menos inchadas e inflamadas, mais espaçadas umas das outras. Tenho usado a pomada anti-acne diariamente, além do protetor solar.
O que resume mesmo esta semana é a sensação de bem-estar, que todos dizem que é típico do segundo trimestre da gestação. Sim, estou me sentindo ótima! E feliz, com a barriguinha apontando, fazendo planos.
Foi aniversário da minha mãe, passei um final de semana maravilhoso com a família toda reunida, minha sobrinha que mora fora, foi uma delícia. O calor estava de matar, passei a semana praticamente toda no ar condicionado e no sábado e domingo tomamos banho de piscina, fizemos churrasco, aproveitamos o que o verão tem de bom.
Senti que é muito importante ser cuidada, criar espaços para receber carinho e cuidado, o que na nossa rotina de vida tão corrida nem sempre conseguimos. Mas poder ficar com minha mãe, irmãs e sobrinha conversando, planejando, recebendo afeto, comendo coisas gostosas, me fez muito bem. Voltei pra casa renovada, feliz, pronta pros próximos desafios - no meu caso, conseguir terminar a dissertação e ficar livre do mestrado, podendo me dedicar à gestação em todo o meu tempo livre.
Sendo assim, duas lições aprendidas: tudo passa, mesmo que o mal estar esteja chateando, ele vai passar. E a importância do cuidado, do afeto, do acolhimento, neste processo de gestar.

27/01/2014

Pra não dizer que não fiz uma lista

Eu amo listas! Na faculdade meus amigos me conheciam pelos "top 5" hilários que eu era viciada em fazer.
Tenho 2 livros super legais pra quem curte listas: O livro das listas, da Editora Record e Os dez mais, que não me lembro a editora e nem achei a foto, mas é muito bacana também.



Como o primeiro trimestre acaba na 13ª semana, com a 14ª iniciamos o segundo trimestre sem nem comentar sobre este fechamento aqui no bloguito.
Nada melhor que uma listinha então para celebrar a passagem. Com comentários, claro!

Os cinco melhores momentos do primeiro trimeste

1. Aquele segundo em que eu vi a segunda listrinha do teste de gravidez aparecendo
Pra quem está tentando engravidar e já fez uns dez testes de gravidez antes, todos eles tendo aparecido apenas a primeira listra, ver a segunda listrinha surgindo, rosinha claro, discreta, é uma emoção sem tamanho. Parece mentira, parece que estamos alucinando, vendo coisas. Rola aquele minuto de ficar olhando mesmo pra ter certeza que, sim, é um positivo! Inesquecível.

2. Uma das primeiras noites em que o marido querido foi falar com o bebê e disse: "Luke, I´m your father"
Sim, somos nerds e adoramos a saga Star Wars e, por essa razão, chamamos nossa pessoinha carinhosamente de Luke ou Lea (os gêmeos que são os personagens principais da primeira trilogia). Para abreviar, o apelido do bebê é Luke. E caiu uma lágrima ao vê-lo assim, espontaneamente, reproduzindo um dos diálogos mais famosos do cinema. (É favor esquecer que o Darth Vader é um vilão, que cortou a mão do próprio filho, blá blá, o que importa é a lindeza do momento!)
Quem quiser saber qual a cena, está aqui. (a famosa frase está em 1:50)



3. Ver o bebezinho, formadinho, e ouvir o coração pela primeira vez, na primeira ultrassonografia.
Eu tinha o positivo em mãos, eu estava com milhares de sintomas desagradáveis que indicavam diariamente que algo muito importante estava acontecendo em meu corpo. O cansaço indicava que havia um grande trabalho sendo feito aqui dentro - uma vida, iniciando. Mas ainda precisamos dessa confirmação visual, que engraçado! Além disso, a curiosidade em saber se era um único bebê (vai que, né!) e se estava bem implantado, com o embriãozinho lá. E, ver este embrião, aquele formatinho característico de feijão, com o coraçãozinho tão minúsculo batendo, ouvir aquele ritmo...sinceramente, não há palavras para descrever. E o ineditismo da situação. Primeira gestação da vida dos dois, tudo novo, tudo inédito. Ah, que lindeza!

4. Ver o bebezinho já com todo o jeito de um bebê, inclusive se movimentando todo serelepe, na segunda ultrassonografia.
Desta vez não teve o ineditismo, não teve aquela novidade toda. Mas sim, foi desta vez que vimos a pessoinha parecendo uma pessoa toda formada, em miniatura. Mãos, coluna vertebral, costelas. O perfil, com testa nariz e lábios. Impossível não se emocionar inclusive no momento em que digito essas linhas. Era nosso, era lindo, estava lá. Nosso filho ou filha (que importa?) estava lá, nadando em seu espaço, inclusive brincando com as perninhas. Me emocionei muito, me senti muito grata e feliz por poder viver esta emoção nesta vida!

5. Acordar um belo dia e perceber o corpo completamente diferente, ao olhar no espelho.
Perceber a perfeição e beleza da natureza em ato, se atualizando em você, transmite uma confiança incrível. E a sensação é bem essa: apesar de todo o turbilhão de sintomas e emoções, as primeiras semanas de gravidez não trazem uma mudança visível, exterior, em nosso corpo. E de um dia para o outro você consulta o espelho e está lá: os seios diferentes, a barriga saliente. Essa primeira descoberta do quanto o próprio corpo está mudando foi bem emocionante.

Está registrado! O Top 5 primeiro trimestre.
Vambora pro segundo então!

21/01/2014

A 14a semana ou 2014



E foi na 14ª semana que o ano de 2014 chegou! Interessante, né! O ano do quê? Da minha maternidade, do meu mestrado, do meu parto...sem dúvida, será um divisor de águas!
Fiquei muito sensível, demais, por ter passado o ano novo longe da minha mãe e irmãs. Chorei um rio! Mas para estarmos juntos eu teria que pegar muito trânsito, engarrafamento, cidade lotada, dormir mal acomodada...mas mesmo assim eu queria estar perto! Se em termos práticos, estar com elas seria uma grande furada, era o que meu coração queria e pedia...mas não rolou. Então fiquei muito chorosa, tristinha, deprê.
Mas o ano novo foi muito bom, passei com a família do marido, descansamos muito, Sol, cachoeira, uma delícia!
A barriguinha saliente já dá uma sensação boa, de "grávida". Comecei a comer melhor, meu apetite se normalizou, o que estava me fazendo muita falta!
Comecei a sentir muita dor no seio. Umas pontadas bem dentro do seio, como se fosse na glândula. Fui ler a respeito e soube que é nesta semana que as glândulas começam a se preparar para produzir o leite e que algumas mulheres sentem dor, inchaço e até já pode sair colostro. Senti muita dor e os seios aumentaram bastante de tamanho.
Liguei pra Enfermeira que me acompanha e ela sugeriu fazer bolsa de água quente, 3 vezes ao dia, que era normal. É que a preparação das glândulas pode causar uma ligeira inflamação em algumas pessoas. Tem mulheres que tem até que tomar anti-inflamatório! Mas não foi meu caso. Fiz uma bolsa improvisada: enchi uma meia com arroz cru, dei um nó na ponta e colocava no microondas 40 segundos para esquentar. Ficou uma delícia! Macio por causa da meia e até o cheirinho do arroz era gostoso. Tive que improvisar pois era domingo e onde eu estava não havia farmácia aberta para comprar a bolsa. Deu certinho. Fica a dica pra quem precisar!
Me inscrevi no site Guia do Bebê para receber aqueles informativos semanais. Confesso que eu estava com uma certa resistência a esses boletins, acho meio pasteurizados, tipo: "você está sentindo tal coisa"...como se todo mundo fosse igual. Mas tive que dar o braço a torcer, pois foi lá que li que na 14ª que eu poderia ter dor no seio. Aí me inscrevi e estou achando legal, uma referência bacana de como está o bebê e tudo o mais. Basta lermos criticamente e termos a certeza de que cada um é um, né?
Para finalizar a semana, atendi um parto como doula voluntária e realmente tive a certeza de que estando grávida é muito mais cansativo. Ficarei só com minhas duas queridas gestantes até o final mesmo, nada de aceitar mais acompanhamentos, porque realmente é muito exaustivo! E quando temos vínculo prévio com a gestante é realmente diferente - não era o caso na situação desta semana, onde entrei só no momento do parto, sem ter tido um acompanhamento durante a gestação.
E que venha a 15a!

13/01/2014

A 13a Semana ou A Família



Após tantas delícias na 12ª semana, esta foi serena e de comemorações. Foi a semana do Natal. Estive com minha família, tanto pais e irmãos como também tios e primos que praticamente só vejo nesta fase do ano.
Tive um encontro com minhas duas amigas mais queridas do mestrado, uma delas está grávida de 9 semanas e tem sido muito bom poder compartilhar ideias e acontecimentos com elas.
Ganhei alguns presentes, inclusive umas roupas de gestante que amei, mas a pessoinha ganhou muito mais. Uma almofada de amamentação diferente daquele U que eu conhecia, muitas roupinhas, mamadeira...voltei pra casa com a sacola cheia!
Foi muito bom estar em família já com uma barriguinha, todos comentando, fazendo carinho e parabenizando. Me senti num mar de energia boa.
Nesta semana, iniciei o uso de creme anti-estrias. Pesquisei um pouco na internet a opinião de outras gestantes, pois estava inclinada em pedir aos meus parentes que moram fora para trazerem o creme Mustela para mim, mas achei o preço muito salgado. Neste post do blog Meu Parasita (blog que adoro diga-se de passagem!), a Carol deu a dica de um outro creme que custa muito menos do que o Mustela. Deixei um comentário lá, ela rapidinho respondeu e pronto, comprei por metade do preço do Mustela não apenas um, mas TRÊS potes do Tummy Butter for Stretch Marks, da Palmer´s. É esse aqui ó:



Pra quem não tem parentes para trazer ou não vai para o exterior, ele é vendido pelo ebay e entrega no Brasil. Como a Carol falou, ele é bem pesadão, fica a sensação de pele amanteigada, uma espécie de película mesmo onde você passa o creme. Eu tive dificuldade para usar no primeiro dia, pois achei ele muito duro. A partir do segundo dia, esfrego as mãos uma na outra, aquecendo-as, e consigo passar o creme tranquilamente (fica a dica!). No verão do Rio de Janeiro, confesso que quando está muuuuito quente eu não passo de dia, só antes de dormir. Fora isso, passo todos os dias na barriga, seios (sem deixar esbarrar nos mamilos, onde não se deve passar nada) e quadris, onde tive estrias na adolescência.
Além do auto-cuidado, que é muito importante, é uma delícia ficar alisando a barriguinha passando creme, poder se olhar diante do espelho e curtir o corpo mudando.
Essa foi a última semana inteira passada no ano de 2013...para encerrar, uma tirinha muito bonitinha que rolou no facebook. Não somente os bens materiais, que não são muitos, mas suficientes, mas esse ano merecia um imenso agradecimento geral, por tanta coisa boa que aconteceu!

10/01/2014

A 12a. Semana ou Tudo se encaminha...



Como disse no texto anterior, comecei a 12ª semana em outro clima (bipolar, eu???). Era uma semana muito aguardada. Faríamos a ultrassonografia de tranlucência nucal e teríamos a consulta com a Médica Obstetra que trabalha em parceria com Enfermeira Obstetra que está me acompanhando.
Queria ter feito a ultra antes da consulta, mas não consegui, pois marcar uma ultra aqui no Rio é uma missão quase impossível só conseguida com 1 mês de antecedência. Fui à consulta sozinha, por opção, pois eu queria trabalhar com a médica alguns dos medos que expus aqui e preferia fazer isso sem o marido presente. Como o horário e o local da consulta não eram muito bons pra ele, foi perfeito.
Fiquei muito impressionada com esta consulta médica. Foi a segunda vez que fui numa obstetra humanizada (visto que fiz meu acompanhamento pré-concepcional com uma também, maravilhosa, porém menos experiente), de onde saí mais feliz e mais confiante do que entrei.
Já cheguei de cara despejando minhas questões com hospital e cesariana, meus incômodos com enjoo, acne excessiva e um mestrado totalmente atrasado por falta de disposição. Ela começou falando comigo sobre o parto, sobre quais as indicações de cesárea e, principalmente, COMO é tomada esta decisão e realizada a cirurgia, nos padrões que ela considera ideais para a mãe e o bebê. Nem preciso dizer que o bebê não é separado da mãe (a não ser em caso de necessidade de UTI, reanimação, etc), não precisa rolar aquele período de "recuperação da anestesia", no qual algumas mulheres chegam a ficar 6, 8, 10 horas longe de seus filhos, o bebê não vai para berçário, a menos que eu queira, etc. Me explicou como se dá a avaliação de um parto complicado, que deve ser interrompido, conversamos sobre as mil complicações que me davam caraminholas na cabeça, enfim, foi redentor.
Conversamos também sobre valores e nossa (falta de) possibilidade financeira. Ela foi super aberta a negociar os valores, baseando-se no que o plano reembolsaria, visto que está dividindo o acompanhamento com a EO (que por eu ter mais vínculo e consultas mais frequentes, ficará com a maior responsabilidade no acompanhamento). Falamos sobre a Enfermeira Obstetra, que recebe muitas críticas de alguns meios aqui do Rio, mas que pelo vínculo e experiência foi com quem eu me afinei mais e em quem ela confia e não tem nada a dizer de sua conduta, sobre os incômodos da gestação (como disse antes, acne e enjoo que ainda persistem - e eu confesso que -me iludi- pensei que com 12 semanas tudo magicamente desapareceria). Enfim, foi importantíssimo, transformador, tranquilizador e tudo o mais de bom que, por mais que eu imaginasse que seria, nunca pensei que me trouxesse logo no primeiro encontro a tranquilidade que me faltava, a cereja do bolo, sabe?
E pra terminar, conseguiu escutar os batimentos cardíacos do bebê com o sonar. Antes ela me preparou, disse que talvez não conseguisse ouvir, por ser bem pequenininho ainda. Mas não. Logo que encostou o aparelhinho, procurou, vieram eles, fortes, ritmados, lindos...muita alegria. Saí do consultório levitando!
Pra fechar a semana maravilhosa, tivemos a ultra. Engraçado que antes eu estava ligeiramente tensa e um pouquinho ansiosa pelo exame, pois coisas graves podem ser diagnosticadas e rola um medinho, né? Mas saí da consulta tão confiante que tinha certeza absoluta que estaria tudo bem, fui pra ultra como quem vai pra confirmar o que já sabe. Daí a importância de um bom pré-natal. Faço uma pausa no relato pra dizer que algumas pessoas que buscam um parto natural e sabem da quase impossibilidade de consegui-lo pelo convênio às vezes preferem pagar o parto e não o pré-natal. Eu discordo radicalmente. Um pré-natal que te coloca medos, no qual o profissional sempre desconfia da sua capacidade de parir, sempre traz pra mulher os riscos, a doença, vai minando seu parto e não adianta pagar a melhor equipe depois que o estrago pode já estar feito. Acho que um bom pré-natal, que te traga confiança e alegria, sem mentiras, com clareza, com explicações reais do que está acontecendo, do que pode acontecer, é fundamental e só assim a mulher pode de fato dizer que ESCOLHEU esta ou aquela opção de parto. Pois escolher cesariana tendo sido alertada pelo médico durante 9 meses de como o parto normal é dolorido, perigoso e ultrapassado, na verdade é uma escolha enviesada, conduzida por outra pessoa, na minha opinião. Mas eu realmente milito e acredito que a mulher tem que ter direito de escolha sobre seu corpo, total e irrestrita e que esse direito é dela e não do marido, do médico, da mãe, etc. Desculpe o intervalo!
Voltando, tivemos então a ultra, onde vimos nossa pessoinha linda, toda cheia de movimentos, pernas, braços, mãozinhas, pezinhos, coluna vertebral, costelas, o que é aquilo gente? Se mexia tanto que deu um trabalhão pra médica medir a tal da TN, o que adoramos, pois ficamos curtindo o bebezinho e babando, né! Mas ao final conseguiu medir e está 1,3 mm, dentro de todos os parâmetros de normalidade, para nossa alegria!
Tirei a primeira foto de barriga, que uso para fechar o texto, no intuito de dividir um pouco dessa emoção e alegria com minhas poucas e queridas leitoras!!!

07/01/2014

A 11a. Semana ou A Sombra



Mesmo atrasadinha, retomo a postagem das semanas de gestação, para não perder o fio da meada!
A 11ª semana foi de sombra. Sombra como diz a Laura Gutman em seu excelente livro A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra. Foi a semana em que eu faria 30 anos e isso mexeu muito comigo.
Não foram os 30 anos que mexeram comigo, não, eu já estava os esperando e os vivendo há algum tempo. Foi a questão da comemoração. Explico: sou daquelas que AMAM aniversário, faz mil comemorações, com todos os grupos de amigos diferentes, conta os dias desde quando faltam 6 meses pra chegar, fala pra todos que a data está chegando, dentre outros excessos comemorativos.
Daí que eu estava sem vontade NENHUMA de comemorar. Não que não houvesse felicidade suficiente ou motivos pra comemorar, mas eu estava vibrando em outra frequência, com vontade do silêncio, da intimidade, do "menos", do reservado. Mas eu comecei a me cobrar muito pois, sendo o último aniversário sem filhos (assim espero!), eu teria como uma obrigação o ato de comemorar, "aproveitar", como tantos dizem, que ainda não tenho um bebê em casa.
E comecei a pensar como será no ano que vem. Como será o bebezinho mais ou menos aos 5 meses (em dezembro de 2014)? Será bonzinho? Poderemos ter uma festinha em casa? Poderemos jantar fora? Eu terei vontade ou possibilidades de sair? Já vai estar próximo da minha volta ao trabalho, como estarei? Enfim, loucuras mil, viajei total e fiquei numa de viver o ano seguinte, sem pensar no que estou vivendo AGORA.
Uma amiga muito querida, com quem divido um trabalho com mulheres que gestam (gestam filhos, gestam gravidezes, gestam adoções - um trabalho muito bonito, modéstia a parte!), me trouxe uma reflexão muito importante, que me ajudou demais a sair desse pensamento.
O que ela me disse foi que gestar é ter em si o futuro. É estar com o futuro dentro da gente, pois sempre se atualiza um plano, um projeto, uma imagem pra aquilo que estamos gestando. Mas que, mesmo assim, é importante não tirar os olhos, os pés e o corpo do presente, senão ficamos aterrorizadas ou encantadas ou tantos outros sentimentos relacionados ao futuro, que esquecemos de nós mesmas hoje, no presente. Não sei se ficou confuso, mas fez todo o sentido para mim.
Não tenho sido uma gestante ansiosa, nervosa, esperando sempre a próxima etapa, não. Tenho conseguido viver uma espera boa, uma coisa de cada vez, com alguma serenidade. Mas a questão do meu aniversário trouxe justamente esta inquietação: comemorar agora, para antecipar uma vontade de comemorar no futuro que pode não ser satisfeita, por ter um bebê nos braços. Totalmente sem sentido, né?
A amiga então sugeriu que eu fizesse sim uma comemoração, já que eu amo comemorar, mas no clima em que eu estava, de reserva e de intimidade. E resolvi, com ajuda dela, comemorar com um piquenique num lugar bem bonito aqui do Rio, o Museu de Arte Moderna. Poucos amigos, comidinha gostosa, estava um clima ameno, tarde nublada. Foi muito bom. Fora isso tive um almoço na casa da minha mãe só com meus pais e irmãos, sem ninguém de fora, no mesmo clima - mais afeto, menos gente, menos confusão.
Foi perfeito, pois não passou em branco e pude ter uma outra experiência de celebração, tão importante quanto, mas menos acelerada, como nunca havia tido antes. E sim, vi que é totalmente possível comemorar de forma agradável com um bebezinho. Fiquei feliz e serena, e a semana se encerrou num clima bem diferente do que começou, com mais tranquilidade e mais um aninho de vida!